terça-feira, 21 de julho de 2009

"Escolho os Amigos pela alma lavada..."

Foto:xw+eoh

" Escolho os meus Amigos, não pela pele, ou outro "arquétipo"qualquer,
mas...pela pupila

Têm que ter brilho questionador e tonalidade inquietante...

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo
Deles não quero resposta, quero o meu avesso
Que me tragam dúvidas e angústias e que aguentem o que há de pior
em mim
Para isso...só sendo louco
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e
peçam perdão pelas injustiças

Escolho os meus Amigos pela alma lavada...pela cara exposta

Não quero só o ombro e o colo, quero também a sua maior alegria
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto
Os meus Amigos são todos assim, metade "bobeira" metade seriedade
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos
Quero Amigos sérios, daqueles que fazem da realidade
fonte de aprendizagem, mas...que lutam
para que a fantasia não desapareça
Não quero Amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância, e outra metade velhice
Crianças, para que não esqueçam, o valor do vento no rosto;
e velhos para que nunca tenham pressa


Tenho Amigos, para avaliar quem eu sou
Pois, vendo-os loucos e santos
bobos e sérios, crianças e velhos
nunca me esquecerei que " normalidade" é uma ilusão
imbecil e estéril ...
(Óscar Wilde)
ao Amigo Nuno

6 comentários:

  1. " Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto "- está aí o milagre da Amizade...
    Abraço, Helena

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  2. Bem de acordo estou com essa mesma afirmação! A alegria e a mágoa são os dois polos extremos do ser humano...são tão intensos por vezes... que os esteios (os Amigos) são indispensáveis... OBRIGADA pela visita Cristina ABRAÇO

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  3. Sem dúvida Amigo Viajante...ou não tivesse saído da genealidade de Óscar Wilde, que aqui nos deixa "uma receita" inspirada na realidade humana, a que ele próprio cultivou porventura...muito no meio do pilar do entendimento...Fico feliz por o ter rumando nos mesmos caminhos do eu peregrino...ABRAÇO

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  4. A quem de direito

    Aos que perguntaram, Aos que queriam saber, A quem recebeu sms a mensagem a\dizer "Não vou.", A quem me convidou com gosto e não me viu aparecer, A quem deu com os telemoveis em modo off durante tantos dias, e por ultimo,a mim. Porque felizmente consegui colocar isto em palavras, deixo-vos a resposta sem mudar nem uma virgula, porque até essas batem certo.

    "Suponho, a bem da presunção da minha própria normalidade, que também vos suceda: acharem-se vazios, exauridos, esgotados, cansados e sem
    perspectivas, tão intelectualmente flácidos como um saco vazio, tão chateados com o mundo como um fragmento de Bernardo Soares. Chamem-lhe mal
    de vivre, spleen, angústia existencial ou, como em Machado de Assis, "volúpia do aborrecimento" - o que quiserem. Estou doente e talvez seja das férias que nunca mais chegam ou pelo facto do macaco ter ido passear,ou da consciência aguda da inutilidade e do pouco interesse daquilo que faço. Como quiserem.
    Estou meio chalado e talvez mereça uma sala de isolamento num hospital público, um plano de contingência, um período de quarentena. Façam o
    favor de me desculpar."

    POTT

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  5. Querido POTT, a "sua normalidade" é sem dúvida nenhuma a de um qualquer de nós que, se remoe
    em atitudes, em palavras arrancadas a uma vontade
    desistente...e ainda por cima tem de se desligar
    do "people" de si próprio para serenar...Eu cá cansei-me de falar d amor soou-me uma sharanga mortiça uma reza paliativa sem eco... nem macaco que aguentasse, sendo eu própria a fazer de macaco... Por isso dei a cara, lavada de conceitos, e resolvi abrir o diálogo ao monólogo...á citação dos que antes de mim deixaram dito coisas intermédias de uma normalidade coexistente e pacífica...

    Ninguém pretende o santo ou o louco...mas que...de "tudo temos um pouco"...convenhamos... Que venham as férias! e que o retemperem para que volte a dar voz ás "ironias"...para mim apenas metáforas de quem ainda se esforça por sorrir..
    ABRAÇO ao AMIGO POTT

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